Cartaz de cinema

Desinformação e notícias falsas em documentário na HBO Portugal

Publicado em 16 Mar. 2020 às 15:51, por filmSPOT, em Notícias de televisão e séries (Temas: Estreias)

Desinformação e notícias falsas em documentário na HBO Portugal

"After Truth: Disinformation and the Cost of Fake News", oferece um olhar sobre as consequências nocivas do aumento das "fake news" nos Estados Unidos. Estreia 20 de março, na HBO Portugal.

"After Truth: Disinformation and the Cost of Fake News" investiga a ameaça atual causada pelo fenómeno das notícias falsas nos EUA, com foco nas consequências reais que a desinformação e as teorias da conspiração têm sobre o cidadão comum, um fenómeno que os americanos vão enfrentar, de novo, no próximo ciclo eleitoral e nos próximos anos.

Estreia a 20 de março, na HBO Portugal.

Realizado por Andrew Rossi ("Page One: Inside the New York Times", "Le Cirque: A Table in Heaven", da HBO) e com produção executiva de Brian Stelter, da CNN, "After Truth: Disinformation and the Cost of Fake News" oferece acesso exclusivo a vítimas e autores de notícias falsas, bem como a uma variedade de especialistas e jornalistas que contextualizam o seu impacto e que reforçam a importância do jornalismo de qualidade.

A preocupação com a desinformação e as notícias falsas no ambiente global da informação tornou-se omnipresente após a vitória do presidente Trump em 2016, mas o documentário mostra que os sinais da crise surgiram muito antes da eleição.

Os entrevistados incluem: James Alefantis, proprietário de uma pizzaria em Washington DC envolvida na conspiração "Pizzagate"; Keith Alexander, jornalista de eventos no The Washington Post e vencedor do Prémio Pulitzer; o professor de Harvard, Yochai Benkler, que desconstrói o conceito de "canais de propaganda"; Jack Burkman, agente político conservador e utilizador confesso de notícias falsas; Jerome Corsi, autor e teórico da conspiração; Oliver Darcy, repórter da CNN; Adam Goldman, repórter do The New York Times e vencedor do Prémio Pulitzer; a Professora da Universidade da Pensilvânia, Kathleen Hall Jamieson; a especialista em desinformação, Molly McKew; Aaron Rich, irmão do funcionário da DNC, Seth Rich; Scott Shane, repórter do The New York Times; Will Sommer, repórter técnico do The Daily Beast; a jornalista de Silicon Valley, Kara Swisher; Elizabeth Williamson, guionista do The New York Times, entre outros.

O documentário analisa vários incidentes que foram afetados por notícias falsas:

  • No verão de 2015, Jade Helm 15, um exercício militar de oito semanas em Bastrop, Texas, fez surgir uma teorida da conspiração entre os habitantes locais que acreditavam que o Presidente Obama estava a usar a operação como um artifício para apreender dissidentes políticos. Promovida por Alex Jones, difundida em sites como o Reddit e 4chan e exposta por ações tomadas pelo gabinete do governador, que acabou por ordenar que a guarda estadual supervisionasse o exercício, a conspiração foi motivo de preocupação para os especialistas em informações e segurança que dizem ter sido alimentada, em parte, por atividades secretas dos serviços secretos russos.
  • Em 2016, especulação online levou ao que viria a ser conhecido como "Pizzagate". Uma pizzaria de gerência familiar, em Washington, DC, tornou-se alvo de conjeturas online que afirmavam que um grupo de pornografia infantil, vinculado à candidata presidencial Hillary Clinton, se reunia nas suas instalações. Conhecido como um porto seguro para a comunidade queer, Comet e a sua equipa ficaram cada vez mais aterrorizados com as ameaças virtuais, até que a violência chegou ao mundo real e um homem armado invadiu o restaurante à procura de provas. A fúria alimentada pelo Reddit, associada aos ataques verbais de Alex Jones, justificava, aos olhos do homem, a sua resposta a uma história completamente falsa.
  • Em 2016, Seth Rich, funcionário do Comité Nacional Democrata, foi morto numa tentativa de assalto. Na Internet, o assassinato foi ligado à exposição dos e-mails de Hillary Clinton pela WikiLeaks, apesar das esmagadoras provas de que os russos estavam por detrás da entraga ilegal nos servidores e da exposição e de não haver provas de que o assassinato estivesse de alguma forma relacionado com isso. Essas teorias foram alimentadas por agentes como Jack Burkman e Jerome Corsi e emitidas pela Fox News e pelo programa de horário nobre de Sean Hannity.
  • Numa tentativa de sabotar a investigação do ex-diretor do FBI, Robert Mueller, sobre a intervenção russa nas eleições de 2016 e no governo Trump, o conservador Jack Burkman e o teórico da conspiração Jacob Wohl uniram-se para acusar falsamente Mueller de agressão sexual, organizando uma conferência de imprensa onde os jornalistas lutaram para descobrir a verdade.
  • Em dezembro de 2017, ativistas de esquerda adotaram as táticas dos seus colegas conservadores, quando durante uma corrida ao Senado entre o republicano Roy Moore e o democrata Doug Jones, foi lançada uma campanha online para imitar as táticas russas e influenciar os eleitores.
  • Na audição do Facebook na Câmara dos Representantes do Congresso em 2018, o fundador Mark Zuckerberg defendeu as medidas de privacidade e as violações de segurança da empresa, enquanto os meios de comunicação especializados debateram a responsabilidade das empresas de supervisionar o seu próprio conteúdo numa era de grande receita publicitária e lucros corporativos, investigando a dura questão da liberdade de expressão na era das redes sociais.