Cosmopolis agrada a (alguma) crítica em Cannes

Após a estreia mundial no festival de Cannes, na passada sexta feira, o filme de David Cronenberg recebeu críticas bastante elogiosas da imprensa presente.

No site Indiewire escreve-se: "É uma adaptação excepcional e um trabalho admirável. Tudo faz sentido no 'Cosmopolis' de Cronenberg, mas nem sempre é o mesmo do que no livro de DeLillo. Isso torna o filme, uma série de debates sobre contradições relacionadas com o dinheiro, incrivelmente rico e loucamente complexo. Mal podermos esperar para o rever."

O Variety afirma: "Ao aplicar a sua fria inteligência ao livro de Don DeLillo, David Cronenberg transforma a viagem de limusina de um jovem titã de Wall Street numa alegoria corrosiva sobre uma era de dependência tecnológica, fracasso financeiro e permanente paranóia.

Em França, Les Inrockuptibles não tem dúvidas em declarar "Cosmopolis" como "Um dos grandes filmes da competição".

Para a Premiere francesa, "Robert Pattinson revela uma profundidade cada vaz mais fascinante".

"David Cronenberg faz do romance de Don DeLillo um pesadelo quase metafísico." escreve-se na Télérama.

O jornal Le Figaro declara que "Desde as primeiras imagens de "Cosmopolis" fica claro: David Cronenberg vai oferecer-nos o melhor da sua arte. Apocalíptico, visionário, físico, esta sombria fábula futurista submerge o espectador e permanece nele. Este ano, em Cannes, Cronenberg regressou ao seu melhor."

De Itália, o La Repubblica, classifica-o como "O filme mais contemporâneo do festival, retrato extraordinário do atual caos financeiro e humano que devasta o mundo. Robert Pattinson, o vampiro de 'Twilight' está genial na figura do homem perdido na obsessão pelo poder e num narcisismo sem limites."

O Corriere della Sera analisa o filme referindo como "Cronenber realiza com uma eficácia simples (campo/contracampo) utilizando o espaço confinado da limusina para mostrar todo o seu talento de cineasta."

O brasileiro O Globo refere como "No ano em que a Croisette passou dia após dia a falar de crise económica e do colapso financeiro de nações vizinhas à França, 'Cosmopolis' bateu no ecrã do Palácio dos Festivais como um antibiótico composto de lucidez. Não há dúvida de que o realizador de “A Mosca” está no apogeu de sua forma, goste-se ou não dos riscos que corre. E aqui ele incorreu numa ousadia com a qual o cinema não lida bem: fazer da palavra a sua força motriz. "Cosmopolis" veio a Cannes para se candidatar à eternidade."

Mas nem todos partilharam do entusiasmo pelo filme. O The Hollywood Reporter chama-lhe "O relato da odisseia sufocante e sem vida de um poderoso capitalis através de uma Nova Iorque de aspeto ameaçador".

A Time Out de Londres adjetiva-o como "um drama insípido e claustrofóbico".

"Cosmopolis" estreia em Portugal a 31 de Maio.