Publicado em 22 Jan. 2015 às 23:48, por Samuel Andrade, em Notícias de cinema
Como a Sétima Arte representou os atiradores furtivos, em cinco títulos que se aproximam do novo filme do veterano Clint Eastwood.
Na semana em que "Sniper Americano", de Clint Eastwood, chega às salas portuguesas, é tempo de observar como a imagem do atirador furtivo (ou sniper) foi representada pelo cinema no passado.
Entre heróis de guerra e gananciosos mercenários, eis cinco filmes cujas personagens revelaram o seu minucioso e cinematográfico "ponto de mira":
Um assassino profissional, conhecido apenas como "Chacal", é contratado para assassinar Charles de Gaulle, o Presidente da França. Mas antes de cumprir a missão, somos testemunhas do método de um sniper paciente e muito eficaz. Quanto ao filme, é um perspicaz reflexo da época em que foi produzido: repleta de tensões políticas e militares num mundo onde, pela quantia certa, muitos aceitariam concretizar o impensável.
Tom Berenger, então no auge da sua popularidade, assume aqui o papel de um marine norte-americano embrenhado na floresta do Panamá em busca do líder de um grupo rebelde. Sob o lema "Um tiro. Uma morte. Sem exceções", o protagonista é mesmo a principal razão para ver "Beckett, O Atirador", filme mal-amado pela crítica mas gerador de algum culto nos anos seguintes.
Fervorosamente letal e religioso: assim se pode descrever Jackson, o atirador furtivo do grupo de soldados liderado por Tom Hanks durante a Batalha da Normandia, na Segunda Guerra Mundial. Interpretado por Barry Pepper (que anos mais tarde daria cartas em filmes como "A Última Hora" e "Indomável"), a fé parece ser o seu principal motor sempre que se depara com cruéis snipers nazis.
Inspirado na história verídica de Vasily Zaitsev, sniper soviético que combateu as tropas alemãs na Batalha de Estalinegrado, o realizador Jean-Jacques Annaud não poupa o espectador aos horrores da guerra – nem mesmo quando o protagonista, encarnado por Jude Law, comprova pela primeira vez o seu talento nato enquanto atirador furtivo.
Em pleno deserto do Iraque, desenrola-se um inquietante duelo entre snipers americanos e rebeldes iraquianos, numa cena onde o estilo realista da realizadora Kathryn Bigelow está patente: tecnicamente irrepreensível, o som e a imagem convertem-se para conferir a sensação de estarmos no meio de uma guerra travada entre intervenientes distantes e calculistas.
"Sniper Americano", de Clint Eastwood, estreou esta quinta-feira e está em exibição em mais de quarenta salas por todo o país.