Publicado em 26 Abr. 2020 às 12:19, por António Quintas, em Notícias de cinema (Temas: Estreias, COVID-19)
Estúdios e realizadores interrogam-se sobre as melhores soluções para reiniciar a atividade nas salas numa altura em que muitos optam por adiar estreias.
Numa altura em que se começa a falar em reabrir cinemas, uma questão se levanta. Abrir sim, mas com que filmes? A cadeia de cinemas norte-americana AMC fez saber que só volta a abrir portas com novos lançamentos dos grandes estúdios. Um problema quando as maiores produções das majors deslizaram quase todas para finais do ano, ou mesmo para 2021 e 2022.
Quem será o primeiro a arriscar? Quem irá testar as águas neste novo ambiente pós-Covid, ainda sem certezas sobre um novo surto?
Até agora, o grande candidato é "Tenet", o novo filme de Christopher Nolan. O realizador já disse publicamente que quer manter a data prevista de 16 de julho. A Disney, por seu turno, tem "Mulan" marcado para a semana seguinte (23 de julho) enquanto "Mulher-Maravilha 1984" tem chegada às salas a 13 de agosto.
Apesar destes rasgos de "coragem", do lado dos estúdios a opção mais fácil continua a ser a "fuga para as montanhas". Os casos mais recentes dizem respeito à Sony Pictures, que passou o próximo "Spider-Man" de julho de 2021 para novembro desse mesmo ano; e à Disney que adiou a estreia da sequela de "Doctor Strange" de novembro de 2021 para março de 2022.
Este é o cenário. Mas tudo depende da evolução no número de casos e da luz verde das autoridades dos dois maiores mercados mundiais, os Estados Unidos e a China.
Os norte-americanos estão perto do milhão de casos confirmados de infeção com o SARS-CoV-2 e registam perto de 55 mil mortes. Há alguma pressão para reabrir a economia, mas nada está ainda definido.
A China, parece ter ultrapassado o pior, mas uma primeira tentativa de reabertura dos cinemas embateu contra o receio do público e do governo central de Pequim. Até agora, não foi definida outra data para o regresso às salas na potência asiática.
Na Europa, o terceiro maior bloco em termos de consumo de cinema, alguns países preparam a rebertura da economia em maio - com grandes restrições que incluem o uso de máscaras e limites ao número de pessoas em espaços fechados. Mas o cinema estará sempre dependente das estreias do seu maior fornecedor do outro lado do atlântico.