Publicado em 25 Fev. 2024 às 13:52, por filmSPOT, em Notícias de cinema (Temas: Festivais de cinema, Cinema Africano)
O documentário da realizadora Mati Diop sobre a devolução de artefactos roubados durante o período colonial ganhou o prémio mais importante da Berlinale. Emily Watson e Sebastian Stan foram distinguidos entre os atores.
Um documentário ganhou o festival de cinema de Berlim, pelo segundo ano consecutivo. "Dahomey", da franco-senegalesa Mati Diop recebeu o Urso de Ouro para melhor filme, uma escolha do júri internacional presidido pela atriz Lupita Nyong'o.
Sucede a "Sobre L'Adamant", vencedor em 2023.
"Dahomey" começa em novembro de 2021, quando 26 tesouros reais saqueados pelas tropas coloniais francesas no antigo Reino do Daomé em 1892 estão prestes a deixar Paris para regressar ao país de origem, a atual República do Benim. O filme reflete sobre o impacto e o significado que o regresso destas peças tem na atualidade.
O sul-coreano Hong Sang-soo conseguiu o quarto prémio em Berlim nos últimos cinco anos ao receber o Urso de Prata correspondente ao Grande Prémio do Júri. Prosseguindo a colaboração com a atriz francesa Isabelle Huppert, "A Traveler's Need" foca-se na personagem misteriosa de uma francesa que chega à Coreia.
"L'Empire", sátira às space operas como "Star Wars", do francês Bruno Dumont, recebeu a terceira distinção mais importante, o Prémio do Júri, e o dominicano Nelson Carlo venceu o troféu para melhor realização com "Pepe", ensaio sobre a morte de um dos hipopótamos trazidos para a Colômbia pelo narcotraficante Pablo Escobar.
Sebastian Stan levou o Urso de Prata para melhor protagonista pelo papel de um ator que se submete a uma intervenção cirúrgica para transformar a sua aparência em "A Different Man", de Aaron Schimberg, e Emily Watson ganhou o prémio dos secundários com "Small Things Like These", de Tim Mielants, onde contracena com Cillian Murphy.
O palmarés principal encerrou com o Urso de Prata para melhor argumento, entregue a Matthias Glasner, por "Sterben", filme que ele também realizou, e com o novo galardão para a melhor contribuição artística, que foi para Martin Gschlacht, pela direção de fotografia em "Des Teufels Bad", de Veronika Franz e Severin Fiala.