Publicado em 18 Jul. 2023 às 17:51, por filmSPOT, em Notícias de cinema (Temas: Primeiro olhar)
A primeira adaptação teatral de um filme de Kubrick teve aprovação da família do realizador.
Armando Iannucci conseguiu uma rara oportunidade. A família de Stanley Kubrick deu-lhe acesso aos arquivos do cineasta para preparar a primeira adaptação teatral de uma das suas obras.
Estreado em 1964, em plena Guerra Fria e apenas dois anos após a crise dos mísseis soviéticos em Cuba, "Dr Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb" (em Portugal, "Doutor Estranhoamor") é uma sátira política que decorre em grande parte numa sala de guerra onde políticos e generais incompetentes tentam impedir o apocalipse nuclear provocado por um general louco.
O argumentista e realizador do "A Morte de Stalin" e autor da série "Veep" está a preparar uma versão teatral do filme em colaboração com Sean Foley, um encenador britânico vencedor de vários prémios. Além da permissão para recriar "Dr. Strangelove" nos palcos, também puderam consultar o arquivo pessoal de Kubrick, que inclui primeiros rascunhos, ideias que não chegaram a ser filmadas e cenas descartadas.
Segundo declarações de Iannucci à BBC, alguns desses elementos "desenvolveram-se em novos momentos e novas cenas na peça final".
No filme, Peter Sellers interpretava três personagens, o Dr. Strangelove, cientista alemão com um óbvio passado nazi, o oficial britânico que tenta enfrentar o general que ordenou o ataque à União Soviética, e o desajeitado presidente americano.
Iannucci e Foley procuram alguém que consiga desempenhar estes papéis. A dupla pretende um humorista com a capacidade de rodar entre as personagens e que não tenha receio de ser comparado com Sellers.
O espetáculo estará em cena no West End de Londres no próximo outono.