Publicado em 17 Oct. 2025 às 10:46, por filmSPOT, em Notícias de televisão e séries (Temas: Bastidores)
Ao assinalar o 450.º episódio, a série "Anatomia de Grey" não só apresentou novas reviravoltas na 22.ª temporada, como também reforçou o seu estatuto de marco televisivo, celebrando uma rara longevidade.
Ao assinalar o seu 450.º episódio, a série "Anatomia de Grey" não só apresentou novas reviravoltas na sua 22.ª temporada, como também reforçou o seu estatuto de marco televisivo, celebrando uma longevidade rara e um impacto cultural que transcende o pequeno ecrã.
O drama médico do canal ABC, criado por Shonda Rhimes, comemorou o 450.º episódio com um enredo que equilibrou nostalgia e mudanças radicais. O episódio incluiu o regresso de personagens como Ellis Grey (Kate Burton) e Maggie Pierce (Kelly McCreary) para apoiar Amelia Shepherd (Caterina Scorsone) e novos focos de tensão entre os internos, mantendo a fórmula de mesclar drama pessoal e profissional que caracteriza a produção.
Estreada em 2005, "Anatomia de Grey" tornou-se um fenómeno de popularidade. A série centrava-se originalmente no percurso de Meredith Grey (Ellen Pompeo) e do seu grupo de internos no então Seattle Grace Hospital. Ao longo de mais de duas décadas de emissão, a série superou "ER" ("Serviço de Urgência") como o drama médico em horário nobre mais longo da história da televisão norte-americana. Criada em pleno pico de popularidade das séries televisivas, antes da vulgarização e descida de qualidade que surgiu com o streaming, "Anatomia de Grey" sobreviveu reinventando-se, introduzindo constantemente novas personagens enquanto se despedia de figuras populares.
O seu impacto vai além dos números de audiência. Foi pioneira na representação de um elenco etnicamente diverso e na abordagem de temas sociais complexos, como a saúde mental, a identidade de género, o racismo sistémico e dilemas de ética médica. Lançou a carreira de muitos dos seus atores e consolidou o império de produção de Shonda Rhimes, conhecido como Shondaland, que geraria outros sucessos televisivos.
A partir de "Anatomia de Grey", Rhimes expandiu o seu domínio na ABC com o spinoff "Clínica Privada" e, mais tarde, com "Scandal" e "Como Defender um Assassino". Um conjunto de séries que consolidaram a sua assinatura: protagonistas femininas fortes e complexas, elencos multiculturais, diálogos rápidos, reviravoltas chocantes e abordagem a temas sociais.
O impacto de Rhimes foi tão significativo que, em 2017, assinou um contrato com a Netflix, numa das movimentações mais marcantes da indústria televisiva recente. A parceria levou a criadora de maior sucesso na televisão aberta para o mundo do streaming, onde fez surgir "Bridgerton", "Inventing Anna" e "Queen Charlotte: A Bridgerton Story". Hoje, Shondaland é uma marca, um sinónimo de televisão de grande consumo.