Cartaz de cinema

Allan Dwan: o homem que nunca se fartou de filmar em retrospetiva na Cinemateca

Publicado em 13 Nov. 2021 às 11:24, por filmSPOT, em Notícias de cinema (Temas: Cinema Norte-Americano, Ciclos de cinema)

Allan Dwan: o homem que nunca se fartou de filmar em retrospetiva na Cinemateca

Em dezembro e janeiro a Cinemateca recebe a maior retrospetiva de sempre dedicada a um dos mais prolíficos realizadores da história do cinema.

Entre dezembro de 2021 e o final de janeiro de 2022, a Cinemateca apresenta a maior retrospetiva jamais feita da obra de Allan Dwan, considerado um dos mais prolíficos nomes da história do cinema, que algumas fontes creditam como tendo trabalhado em mais de 1 600 títulos.

Uma carreira que começou nos idos de 1910, com curtos filmes de uma bobina feitos ao ritmo de três por semana, segundo o próprio afirmava.

Nascido no Canadá, em 1885, Dwan acompanhou a família para os Estados Unidos quando tinha sete anos. Estudou engenharia e esteve entre os primeiros a fazer a viagem para a Califórnia onde a indústria cinematográfica começou a estabelecer-se não só para beneficiar do clima, mas igualmente para fugir às limitações e perseguições legais impostas pelo cartel de Thomas Edison.

Dirigiu os grandes nomes do cinema mudo, Mary Pickford, Douglas Fairbanks Sr., Gloria Swanson, e estrelas como Shirley Temple, ou John Wayne. Só parou em 1961, altura em que estreia o seu último filme, "The Most Dangerous Man Alive". Cinco décadas em que o cineasta saltitou alegremente entre géneros. Assinou musicais e filmes de guerra, melodramas e westerns, filmes noir e comédias.

O texto de apresentação da retrospectiva partilhado pela Cinemateca Portuguesa destaca o pragmatismo, a inteligência e a "modéstia de artesão", do cinema de Dwan, "acompanhado da elegância e imaginação na invenção de ideias visuais e narrativas".

Esquecido e desconhecido do espectador comum, Dwan foi recuperado das prateleiras poeirentas do tempo por críticos e historiadores da sétima arte e recolocado no lugar que merece, junto a outros nomes dos primórdios de Hollywood, como um dos realizadores da primeira linha do cinema norte-americano dos anos 1920 que se reinventou nas décadas seguintes em produções de série B e baixo orçamento feitas em pequenos estúdios e com produtores independentes.

Da extensa obra de Dwan, a cinemateca selecionou cerca de sessenta títulos, representativos de todas as fases do seu trabalho, na que é apontada como a mais extensa retrospetiva da sua obra realizada em qualquer parte do mundo, até à data. Importante para quem desejar conhecer a fundo o realizador e os seus filmes, a retrospetiva virá acompanhada do primeiro volume de uma nova coleção de cadernos de apoio a ciclos de autores estrangeiros, ou temas do cinema internacional.