Publicado em 3 Nov. 2014 às 22:54, por Samuel Andrade, em Notícias de cinema (Temas: Estreias, Cinema Norte-Americano)
Escolhemos cinco obras de ficção-científica que, de alguma forma, se aproximam do épico espacial de Christopher Nolan.
"Interstellar", o novo filme de Christopher Nolan que chega às salas de cinema na próxima quinta-feira, é um dos títulos mais aguardados para a reta final de 2014, apresentando motivos de peso (do elenco aos efeitos visuais, passando pelo mistério que envolve grande parte do argumento) para arrebatar bilheteiras e entregas de prémios.
Nolan nunca escondeu as diversas influências cinematográficas que marcam os seus filmes. E a sinopse de "Interstellar" sobre a Humanidade em perigo e a busca de uma salvação no espaço remete-nos imediatamente para cinco clássicos de ficção científica – histórias sobretudo existenciais e da Humanidade no espaço agora recordados pelo filmSPOT – que servirão de excelente acompanhamento ao mais recente filme do realizador de "A Origem" e "O Cavaleiro das Trevas Renasce".
Título incontornável (para outros, inexplicável) do género da ficção científica, Stanley Kubrick desenha uma visão pessimista da Humanidade, representada por um conjunto de indivíduos rendidos à sua obra tecnológica. Todavia, durante uma missão espacial dedicada a estudar uma potencial presença extraterrestre perto de Júpiter, será necessária toda a perspicácia humana para levar a melhor sobre a inteligência artificial de HAL, o computador de bordo. O marcante terceiro ato de "2001 – Odisseia no Espaço" – uma viagem alucinante que tanto pode ter lugar no universo como no espaço que nos separa da vida ou da morte – é um dos momentos mais metafísicos da História do Cinema.
Uma espécie de "resposta" soviética a "2001 – Odisseia no Espaço", o filme de Andrei Tarkovsky (que teve um remake americano assinado em 2002 por Steven Soderbergh) transporta para o espaço sideral as ansiedades humanas mais genéricas e incómodas: medo, desgosto, solidão e loucura. Emoções aparentemente estimuladas pelo planeta que empresta o nome ao título de um filme que, no seio de um cenário futurista, da sua poética direção de fotografia e de várias reflexões filosóficas, se revela como puro drama humano sobre memórias e acontecimentos que não conseguimos deixar de levar connosco. Inclusive para o próprio espaço.
Nesta influente visão de um futuro marcado pela alta densidade populacional e escassez de alimentos, Richard Fleischer assinou uma obra singular de ficção científica, com um inesperado apelo à preservação dos recursos naturais do nosso planeta e protagonizado por Charlton Heston no papel de um polícia que descobre, na reviravolta final - e para mal dos seus pecados - o ingrediente secreto do plâncton verde (o tal "soylent green") que constitui a mais importante fonte de nutrientes para a Humanidade no ano de 2022…
Inspirado no romance do mesmo nome de Carl Sagan (o criador da série "Cosmos"). Os conceitos de ondas de rádio e buracos negros no espaço como veículos para viagens no tempo e de aproximação a civilizações extraterrestres, são temas maiores de um filme que salienta a importância das relações familiares e amorosas na vida dos homens. Ao mesmo tempo, provou ser possível a um argumento repleto de termos técnicos e referências científicas constituir-se como entretenimento de qualidade.
Em 2057, a vida na Terra está ameaçada pela eminente morte do Sol, e uma equipa de cientistas fica encarregue de reacender o astro com uma bomba atómica. Contudo, a verdadeira temática do filme assenta nas rivalidades e desconfianças que nascem entre a tripulação da nave Icarus III: ou um discurso acerca da incapacidade humana em evitar o conflito e o ressentimento, mesmo perante o risco da sua própria extinção.
"Interstellar", de Christopher Nolan estreia quinta-feira, 6 de novembro.