Publicado em 30 Abr. 2017 às 17:34, por Samuel Andrade, em Notícias de cinema (Temas: Festivais de cinema)
A diversidade da programação continua a ser o principal atrativo do IndieLisboa. A 14ª edição do principal evento de cinema independente em Portugal tem início na próxima quarta-feira, 5 de maio, e prolonga-se até ao dia 14.
Olhando para o argumento e para os nomes envolvidos, o filmSPOT apresenta dez propostas aliciantes, recolhidas nas várias secções do IndieLisboa 2017.
Nesta "comédia neurótica", evidentemente inspirada no cinema de Woody Allen, o realizador Alex Ross Perry regressa ao IndieLisboa com um filme sobre intelectuais opinativos e crises de meia-idade. Emily Browning (Lendas do Crime), Mary-Louise Parker (Red 2 - Ainda Mais Perigosos), Jason Schwartzman (Grand Budapest Hotel) e Chloë Sevigny (Amor e Amizade) são os principais nomes do elenco.
Vencedor do Grande Prémio do IndieLisboa em 2015, com "Aferim!", Radu Jude inspira-se nas palavras do escritor romeno Max Blecher para narrar a história de Emanuel que, a padecer de tuberculose óssea e internado num sanatório da costa do Mar Negro, irá viver uma história de amor com outro paciente, à medida que a sua paixão cresce e os seus corpos decaem. Obra premiada nos Festivais de Locarno e Mar del Plata.
Num armazém abandonado, dois gangues irlandeses encontram-se para uma transacção de armas. A conversa aquece, os ânimos exaltam-se e, não tarda, já se estão a disparar tiros. Realizado por Ben Wheatley, um dos nomes mais sonantes do cinema britânico contemporâneo, o filme já foi apelidado de o "Cães Danados" deste século. Com Brie Larson (Quarto), Armie Hammer (O Mascarilha), Cillian Murphy (Dunkirk) e Sharlto Copley (Chappie) no elenco.
Justine é vegetariana mas, quando entra na escola de veterinária, defronta-se com o mundo das violentas praxes académicas. Desesperada por encaixar, prescinde dos seus princípios e come carne pela primeira vez: ou o princípio de uma espiral destruidora que a conduz ao canibalismo. Um dos fenómenos recentes do cinema de terror francês, sublinha também o talento da estreante realizadora Julia Ducournau – sobretudo, a sua capacidade de provocar indisposição e vómitos a membros do público onde "Grave" foi exibido…
Dez anos depois, o realizador de "O Capacete Dourado" assina a sua segunda longa-metragem, uma comédia dramática de enganos passada durante o último dia do ano, com Jaime Freitas, Ana Moreira, Margarida Vila-Nova e Joana de Verona no elenco.
Redefinindo aquilo que entendemos por "luxo das arábias", a primeira longa-metragem de Yuri Ancarani (presença habitual do Festival nas secções de curtas) apresenta a falcoaria nos dias de hoje. O desporto aristocrático vira obsessão, tomando proporções inacreditáveis: os falcões fazem manicura e são transportados em aviões fretados. Ou, segundo quem já o viu, um retrato de quem já não sabe o que fazer ao dinheiro.
Esta dupla de realizadores, que em 2013 venceu o Grande Prémio do Festival com "Leviathan", regressa ao Festival com um documentário sobre os sonhos do letrista nova-iorquino Dion McGregor, conhecido como a pessoa que, em todo o mundo, mais falava a dormir. Destes solilóquios noturnos, Castaing-Taylor e Paravel constroem um filme de fantasmas.
Filme em três partes distintas sobre trabalho e lazer que, entre o analógico da película e o digital das redes sociais, aborda temáticas sobre a existência no mundo atual, onde abunda o desemprego, o ócio, a Internet, as viagens despreocupadas de Buenos Aires a Moçambique e até às Filipinas. O regresso de um cineasta já premiado em Portugal.
Depois de "48", Susana de Sousa Dias regressou às fotografias de presos políticos no arquivo da PIDE, dando especial atenção àquelas onde surgem menores (incluindo bebés de colo). Ouvimos testemunhos de familiares de comunistas assassinados, e casos de crianças tratadas como prisioneiros, sendo que muitas delas nunca mais viram os pais. Um filme que restitui as genealogias amputadas pela ditadura, a mesma que se dizia defensora suprema da família.
A partir de um manuscrito inacabado do escritor negro James Baldwin, com memórias sobre os ativistas dos direitos civis Medgar Evers, Malcolm X e Martin Luther King, o realizador Raoul Peck conta a história do racismo nos EUA. Narrado por Samuel L. Jackson e nomeado para Melhor Documentário na última edição dos Oscars, "I Am Not Your Negro" retrata um período tumultuoso do século XX, sempre de olhos postos no presente.
A programação completa do IndieLisboa 2017, assim como os horários das sessões, podem ser consultados no site oficial do Festival.