Will Ferrell desiste de comédia sobre Ronald Reagan com Alzheimer

Bastaram dois dias para pôr fim à anunciada comédia sobre um Ronald Reagan a sofrer de Alzheimer durante o segundo mandato na presidência.

Will Ferrell, que iria interpretar o ex-presidente, deixou o projeto após uma onda de protestos, tanto da família Reagan, como de associações ligadas à doença e do público em geral.

O argumento escrito por Mike Rosolio coloca um estagiário ambicioso a convencer Reagan de que é um ator a representar o papel de presidente dos Estados Unidos num filme.

Numa declaração pública, a Alzheimer's Association diz estar "chocada por alguém pensar em desenvolver uma comédia que satiriza a vida de uma pessoa que sofre de Alzheimer, ou de qualquer outro tipo de demência".

"Deviam ter vergonha", afirmou Michael Reagan, filho do homem que dirigiu os destinos dos EUA durante dois mandatos, entre janeiro de 1981 e janeiro de 1989. "Não é uma comédia para os cinco milhões de pessoas que estão a sofrer com a doença", acrescentou na rede social Twitter.

Patty Davis, a filha mais nova do ex-presidente, usou uma carta aberta no Daily Beast para pedir a Ferrell que "não faça pouco da doença do meu pai". "Talvez tenha conseguido manter algum desconhecimento sobre a doença de Alzheimer e outros tipos de demência. Se soubesse mais, talvez não achasse piada ao assunto.", acrescentou.

A notícia de que Ronald Reagan sofria da doença de Alzheimer foi divulgada no início de 1994. Retirado da vida pública desde esse mesmo ano, morreu a 5 de junho de 2004, aos 93 anos.