Cartaz de cinema

Faleceu Chantal Akerman, um dos principais nomes femininos do Cinema Europeu

Publicado em 6 Out. 2015 às 20:43, por Samuel Andrade, em Notícias de cinema (Temas: Obituário)

Faleceu Chantal Akerman, um dos principais nomes femininos do Cinema Europeu

A carreira da realizadora belga foi marcada pela defesa do lugar da mulher na Sétima Arte.

Para Chantal Akerman, nascida em Bruxelas e descendente de sobreviventes de Auschwitz, o desejo de fazer cinema surgiu quando viu em 1965, era ela ainda adolescente, o filme "Pedro o Louco", de Jean-Luc Godard.

Dez anos depois, Akerman assinaria a que é considerado a sua obra-prima: "Jeanne Dielman, 23, quai du commerce, 1080 Bruxelles", filme de três horas descrito pela própria realizadora como "uma tragédia grega", que se centra no dia-a-dia de uma mãe solteira, obrigada a recorrer à prostituição e, sem que nada o fizesse prever, a um desfecho violento.

Com este filme - visto pela crítica como um dos títulos mais pioneiros da História do Cinema e decisivo na leitura singular que faz do papel da mulher nas sociedades modernas -, Chantal Akerman afirmou o seu estatuto de nome maior do cinema europeu, dedicando um olhar incisivo ao tema da ansiedade e violência que eclodem no seio da vida quotidiana, em obras como "Hôtel Monterey" (1972), "Je, tu, il, elle" (1976), "News from Home" (1977), "Os Encontros de Anna" (1978), "D'Est" (1993), "A Cativa" (2000) e "De l'autre côté" (2002).

Em 2012, o Doclisboa apresentou uma retrospetiva integral da filmografia de Chantal Akerman, estando programadas, para a edição de 2015 do Festival, duas exibições (26 de outubro, às 19h30, no Grande Auditória da Culturgest, e no dia 1 de novembro, pelas 18h, no Cinema Ideal) de um dos seus últimos filmes, "No Home Movie".

Chantal Akerman faleceu ontem, em Paris, aos 65 anos. Segundo a imprensa francesa, ter-se-à suicidado.