Cartaz de cinema

Coreia do Sul proíbe envio de balões com o DVD "The Interview" para o norte após ameaças de Pyongyang

Publicado em 22 Mar. 2015 às 11:46, por António Quintas, em Notícias de cinema (Temas: Bastidores)

Coreia do Sul proíbe envio de balões com o DVD "The Interview" para o norte após ameaças de Pyongyang

A campanha que previa o envio de panfletos políticos e DVDs do filme "The Interview" para território norte-coreano com recurso a balões foi proíbida pelas autoridades de Seul.

O governo da Coreia do Sul proibiu o envio por balão de DVDs do filme "The Interview" (Uma Entrevista de Loucos) para a Coreia do Norte. As autoridades de Seul afirmaram que uma ação deste género "faria mais mal do que bem" e colocaria em risco a população da zona junto da fronteira.

"Se detetarmos este tipo de movimentos, o governo tomará medidas necessárias pois ameaçam a segurança dos habitantes da área", disse um porta-voz do ministro sul coreano para a unificação, citado no The Guardian.

Um grupo de ativistas políticos de Seul, capital da Coreia do Sul, anunciou na passada semana que pretendia lançar dez mil cópias do filme "The Interview" e meio milhão de panfletos sobre território norte-coreano.

Park Sang-hak, organizador do protesto, afirmou na altura que a ação seria levada a cabo a 26 de março - quinto aniversário do afundamento da corveta Cheonan, que provocou a morte de 46 marinheiros - e que usariam balões para espalhar a mensagem de propaganda pela população do vizinho do norte.

O afundamento do Cheonan, ocorreu em 2010 numa zona de fronteira marítima entre os dois países. Um inquérito liderado pelos sul coreanos atribuiu a responsabilidade a um pequeno submarino norte-coreano que terá disparado um torpedo contra o navio. Pyongyang negou.

A comédia "The Interview" esteve na origem de uma troca de palavras e ameaças entre a Coreia do Norte e os EUA. Pouco tempo antes da estreia, um ataque ao sistema informático da Sony Pictures, o estúdio responsável pela produção e distribuição, obrigou ao cancelamento da estreia nos cinemas e acabou por provocar a saída de Amy Pascal, uma das presidentes da empresa.

A sátira sobre dois jornalistas recrutados pela CIA para assassinar o presidente norte-coreano, protagonizada por James Franco e Seth Rogen, acabou por ser exibida em algumas salas independentes, após pressão das autoridades norte-americanas e do próprio presidente Barrack Obama.

Um comunicado da agência de notícias governamental Korean Central News Agency, citado pelo International Business Times, afirmou em resposta ao anúncio do protesto que: "Todo o poder de fogo das unidades de primeira linha será lançado (...) para destruir os balões" e aconselhou os residentes perto da fronteira, do lado da Coreia do Sul a deixarem a zona.

Por mais de uma vez, tentativas de envio de propaganda para a Coreia do Norte resultaram em confrontos entre as duas Coreias, divididas deste a guerra de 1950. O mais recente teve lugar em outubro de 2014. Também envolveu a passagem de balões com progaganda política do sul para o norte e teve como resultado uma troca de fogo de metralhadora entre os dois exércitos.