Publicado em 28 Set. 2016 às 23:39, por Samuel Andrade, em Notícias de cinema (Temas: Festivais de cinema)
Foi anunciada terça-feira, em conferência de imprensa, a programação da 14ª edição do Doclisboa: um conjunto de filmes que pretende, cada vez mais, questionar o presente através do documentário e, sem olhar a géneros ou categorizações cinematográficas, reavivar (tal como se lê no dossier de imprensa do Festival) "a potência imaginativa do cinema".
Em 2016, o Doclisboa homenageia o realizador britânico e pioneiro do docudrama Peter Watkins, através de uma retrospetiva integral da sua obra. A nível temático, "Por um Cinema Impossível: documentário e vanguarda em Cuba" traz-nos a possibilidade de conhecer o documentário cubano produzido durante os anos da ascensão ao poder de Fidel Castro.
Este ano, o Festival inaugura uma nova secção: "Da Terra à Lua" estreará, fora de competição, os filmes mais recentes de alguns dos realizadores chave do panorama documental internacional, tais como Wang Bing ("Father and Sons", vencedor do Doclisboa2014), Mark Cousins (A História do Cinema: Uma Odisseia), Werner Herzog (Rainha do Deserto), Rithy Panh (A Imagem Que Falta) ou Sergey Loznitsa (A Praça).
Entre os quase 260 filmes que serão exibidos, de 20 a 30 de Outubro próximos, no Doclisboa, o filmSPOT recomenda 14 títulos a não perder – tantos quanto as edições já cumpridas pelo Festival:
Retrato do único pianista que tocava ainda no piano do Czar Nicolau II, transforma-se num delicioso encontro com a música, a escuta e a criação. Oleg é uma pessoa vibrante, plena de sensibilidade. Andrés sabe estar perante ele, filmando-o.
Foi o cineasta mais prolífico da geração do Novo Cinema Português. Experimentaria o western spaghetti, a alegoria esotérica, o sobrenatural e a ficção-científica. Sem subsídios estatais, desistiria de filmar nos anos 1990. Quem se lembra de António de Macedo?
Filme inspirado nas cartas trocadas entre dois poetas portugueses, Sophia de Mello Breyner Andresen e Jorge de Sena, que testemunham a sua demanda de liberdade durante um período em que o regime fascista português esteve sob pressão crescente.
Entre o ensaio e o manifesto, o expressionismo e o trans-realismo, esta é uma "kino-investigação" sobre a natureza do espectador de cinema e suas diferentes formas.
Manoel de Oliveira pensa o seu trabalho. Antevemos os seus filmes futuros, na casa que descobrimos, em 2015, com "Visita ou Memórias e Confissões".
Há 70 anos, o bombardeamento de Hiroshima demonstrou o estarrecedor poder destrutivo da bomba atómica. Usando apenas material de arquivo e uma banda sonora original do conjunto escocês Mogwai, o filme mostra como a era nuclear tem sido um pesadelo, mas também um sonho.
Há locais, na Europa, que permaneceram como memórias dolorosas do passado – fábricas onde humanos foram transformados em cinza. Esses locais são agora monumentos de homenagem abertos ao público e recebem milhares de turistas todos os anos. Porque é que lá vão?
A película de celulóide analógica está a desaparecer. Estamos perante a perda massiva de memória audiovisual coletiva? O cinema está a morrer ou só a mudar? "Cinema Futures" dramatiza o futuro da película e o cinema na era da imagem em movimento digital.
Exílio é abandono, uma solidão terrível. No exílio, deixa-se de ser, sofre-se, desvanece-se. Mas também é possível encontrar-se no campo das palavras, das imagens, do devaneio que é mais do que infantil. Que tipo de revolução desejamos?
Uma série de conversas provocadoras que revelam a maneira como o mundo em linha transformou, virtualmente, a forma como tudo funciona no mundo real – dos negócios à educação, das viagens espaciais aos cuidados de saúde e às nossas relações pessoais.
Os ta"ang, uma minoria étnica birmanesa, encontram-se entre uma guerra civil e a fronteira com a China. Desde 2015, violentos combates obrigaram milhares a um êxodo além-fronteiras, para a China.
David Lynch leva-nos numa viagem íntima. Da sua educação idílica na América das pequenas cidades às ruas escuras de Filadélfia, acompanhamo-lo enquanto
Para seguir o rasto de Bowie, o fantasma, o melhor foi começar por um local que ele assombrara: os estúdios míticos do Castelo de Hérouville. Foi aqui, em parte, que o rock dos anos 1970 escreveu a sua lenda, de que Bowie é um dos maiores protagonistas.
Inteiramente filmado no Rajastão, "Junun" documenta, pela lente de Paul Thomas Anderson (Vício Intrínseco), a gravação do álbum com o mesmo nome que juntou o compositor Shye Ben Tzur, Jonny Greenwood (Radiohead), os Rajasthan Express e o produtor Nigel Godrich.
A programação completa do Doclisboa 2016, com os horários das sessões, pode ser consultada no site do Festival.